quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

No início foi assim...

Há alguns anos que as mãos começaram a realizar o que a mente idealizava...

Primeiro surgiram pequenos quadros, pintados através da visualização de postais coloridos. Mas sabia a pouco! As telas foram sendo cada vez maiores e o espaço de trabalho foi ficando cada vez mais reduzido.

Fui experimentando várias cores, várias misturas de tons e os quadros tomavam cada vez mais formas harmoniosas, que eram facilmente alteradas com um pincel mágico.

Comprei mais pincéis...e mais telas...Experimentei novas técnicas de pintura e novos estilos que vi nalguns livros. Comecei pelo Surrealismo, que levou alguns quadros até uma exposição a Lisboa, na Estufa Fria, passei pelo Impressionismo, Pintura a Tinta da China...e fui, cada vez mais, sendo dono da minha imaginação e do pincel que lhe dava cor!

Houve um dia em que as telas já não tinham grandes segredos, em que já não revelavam grandes descobertas. Era altura de parar a pintura, para não arrastar para o comum as obras líricas que as tintas criavam.

Desafiei-me a mim próprio! Comecei a trabalhar madeira! Nada de marcenaria. Obras bonitas que nasciam no papel, passavam por um rol de cálculos, projectos, rabiscos e que iam tomando forma ao longo do tempo, transformando-se em estruturas torneadas.

Surgiram várias obras, cada uma mais trabalhosa do que a outra, mas era aí que residia o desafio! Não era na pressa de ver o trabalho acabado, ou nas peças de tamanho ínfimo que era necessário fazer. O desafio era a paciência, o amor que se dedica a uma obra que nasce das nossas mãos, que se vê crescer como um filho que desabrocha até ao culminar na sua adultez: no findar do trabalho.

E, de peça em peça, cada uma mais desafiadora e mais conseguida do que anterior, fui formando uma colecção pessoal de obras, que partilho aqui com quem queira apreciar.

Eu, como tantas outras pessoas por esse mundo fora, sou a prova de que os estudos não são o mais fundamental para criar Arte, que as ferramentas não são o mais primordial para trabalhar a Arte.

O essencial nasce connosco, é apenas necessário darmos espaço à criatividade, não aprisionarmos as ideias dentro de nós, mas deixá-las fluir e partilhá-las com os outros. Porque é justamente aí que reside o valor da Arte, é poder ser mostrada e compartilhada entre os que lhe reconhecem valor.

Todas as peças e cada uma delas, é única, não tem preço, não está à venda, não está em exposições... Coloquei as minhas obras aqui porque creio que a Arte é uma senhora vaidosa e a minha, está farta de estar sozinha, quer olhos que a contemplem na sua grandeza, mas sempre na sua humildade, porque a Arte é vaidosa, mas nunca é vulgar.

Joaquim Simões Lopes

Pormenor de "Vénus e Lusitanos"


"Vénus e os Lusitanos" - Pintura a Tinta da China


Pormenor do quadro "A Dama das Rosas"


"A Dama das Rosas" - Óleo sobre tela


Pormenor do quadro "A Camponesa"


" A Camponesa" - Óleo sobre tela


Pormenor do quadro " O Sonho"


" O Sonho" - Óleo sobre tela


Pormenor do Quadro "O Lago"